domingo, 27 de dezembro de 2015

Contrariando o TER, substitua-o pelo SER

Encontramo-nos numa época muito especial. Independentemente da religião ou cultura, várias são as correntes que, neste período, a celebram. Os católicos brindam ao nascimento do menino, outras ao nascimento da Luz após o solstício de Inverno. Os dias começam a crescer depois do dia mais curto do ano e a família festeja as mudanças de estação. Festeja-se a esperança, a união e a paz



No entanto, com o passar dos anos, a época ganhou contornos muito pouco simbólicos. Da recordação no sapatinho à lareira, o consumismo disparou para uma torrente de prendas específicas que vão desde brinquedos a jogos, passando por carros e viagens. As empresas - especialistas em Marketing - sabem bem aproveitar a deixa e promovem de forma contínua e bombástica a necessidade de certos produtos. Assistimos impávidos a essa lavagem cerebral acreditando mesmo que só seremos mais felizes se tivermos o novo iPhone 6 ou a boneca Winx mais recente.


Como o tempo que passamos em família não é muito, pois habituamo-nos a viver a um ritmo desenfreado e desligado uns dos outros, dificilmente conseguimos incutir nos nossos filhos algumas questões fundamentais para que se ganhe imunidade a estes e outros charmes e apelações. É importante praticar com eles actividades que lhes permitam sentir. Que lhes permitam entrar em contacto com eles mesmos. É importante parar – de vez em quando – juntamente com eles e simplesmente apreciar o momento. Um por do sol, o mar a rebentar na areia, a visão de um vale, um gato que brinca... se não sabemos parar, eles também não saberão. É importante conversar com eles sobre o que somos e o que queremos ser. Não as profissões que queremos TER mas as pessoas que sonhamos SER. Na época que agora atravessamos, o Ser deve ser cultivado e deverá substituir gradualmente o espaço ocupado pelo materialismo que isola as classes e afasta as famílias. As crianças serão a sociedade amanhã. Queremos uma sociedade justa, empática e com compaixão. Para isso precisamos abandonar um paradigma que há muito se tornou fétido e obsoleto. Por nós, para nós e por um mundo melhor onde o Amor seja a palavra chave... Boas festas!

Tatiana Santos
Psicóloga Clínica e da Saúde

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