Mostrar mensagens com a etiqueta exercício. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta exercício. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Os Riscos da Obesidade Infantil

155 milhões de crianças em idade escolar no mundo têm excesso de peso ou são obesas

 

Estes dados são alarmantes e os números em Portugal também. Devemos todos colocar a mão nas consciências de forma a perceber o que temos feito e que dinâmicas mudaram, para que estes resultados estejam agora a ser visíveis. Lembro-me de ser criança e correr. Correr tanto que caia. Sujar-me, rebolar na terra. Lembro-me de comer em casa, com os meus pais e ser um martírio regatear um Bollycao com a minha mãe. "Isso só te vai fazer mal" - dizia-me. Lembro-me de almoçar fora, comida normal, do "tipo-caseiro". Não haviam McDonalds nem gomas à noite se me portasse bem. Se me portasse bem tinha uma refeição saudável... e não açúcar. Hoje as dinâmicas mudaram. As brincadeiras são à frente dos tablets. As recompensas traduzem-se em açúcar (energia que não é queimada), fast-food (à base de gorduras) e refrigerantes. São prémios, dizem os pais, quando se portam bem. Se se portarem bem podem ter mais um prego no caixão. Estou claramente a ser drástica com as palavras, porque os números são também eles drásticos. Associadas à obesidade vêm muitas outras doenças e damos por nós a ter em mãos adolescentes hipertensos, diabéticos, deprimidos e socialmente isolados. 

Em Portugal, uma em cada três crianças tem este problema de saúde. Segundo o estudo da APCOI (2013-2014) que contou com 18.374 crianças, 33,3% das crianças entre os 2 e os 12 anos têm excesso de peso, das quais 16,8% são obesas. De acordo com a Comissão Europeia, Portugal está entre os países da Europa com maior número de crianças afectadas por esta epidemia.

E temos então a obesidade infantil associada ao desenvolvimento de outras doenças graves. Uma criança obesa está em risco de vir a sofrer graves problemas de saúde durante a sua adolescência e idade adulta. Desde a maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, asma, doenças do fígado, apneia do sono a vários tipos de cancro. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é a segunda principal causa de morte no mundo que se pode prevenir, a seguir ao tabaco. As crianças obesas enfrentam ainda severos problemas sociais e psicológicos. Estão mais sujeitas a ataques de bullying e outros tipos de discriminação. Se não receberem apoio especializado poderão sofrer ainda de depressão ou outras doenças do foro psicológico quando atingirem a idade adulta.

 

Causas para a obesidade

A inactividade física é apontada pela OMS como uma das principais causas para a existência de obesidade. Segundo os dados mais recentes para Portugal, entre os 15 ou mais anos, 53,9% dos portugueses não fazem qualquer exercício, sendo que 50% dos homens não praticam qualquer desporto e 57,5% das mulheres também.  Além da actividade física, a OMS aconselha ao consumo mínimo de alimentos ricos em gordura saturada, a uma maior aposta nas frutas e vegetais e na redução do sal. Quanto ao sal, devem ser utilizados cinco gramas diários, menos de metade do que em Portugal é usado à mesa (12,3 gramas).

Os pais também podem e devem ajudar a criança a adoptar hábitos de alimentação saudáveis:
  • Evitar comprar alimentos industrializados (açucarados ou gordurosos), como bolachas, refeições pré-preparadas, gomas, etc;
  • Comprar uma grande variedade de frutas e legumes e dar preferência às frutas cítricas e aos vegetais comidos crus; Adopte frutas da época e aproveite para as apresentar de forma dinâmica e apelativa.
  • Os vegetais que necessitam ser cozidos, feijão verde, a beringela, abóbora ou cenoura, devem ser preparados ao vapor, sem sal e o azeite deve ser adicionado em pouca quantidade;
  • Cortar nos refrigerantes e fast food, dando preferência à água e sumos de fruta naturais sem açúcar;
  • Comprar um prato de tamanho infantil; Não dar ao seu filho a refeição num prato grande
  • Evitar que a criança fique distraída durante a refeição, não deixando que veja televisão ou utilize jogos; Assim comerá de forma mais consciente do seu corpo 

A prática regular de exercício físico é fundamental para ajudar a criança a perder peso.

  • Limitar o uso de computador e televisão a 1 hora por dia e nunca antes do deitar;
  • Procurar actividades que a criança goste;
  • Incentivar a família a participar regularmente actividades ao ar livre juntamente com a criança;
  • Permitir que a criança experimente várias actividades até escolher a sua de eleição como artes marciais, natação, dança, yoga ou futebol.

Tatiana Santos
psicologa.tatianasantos@gmail.com
Psicóloga Clínica e da Saúde
Especialista em Perturbações Alimentares e Obesidade (Madrid)

 

 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Exercício na Adolescência pode prevenir Cancro na idade adulta

A importância da prática de actividade física regular é sobejamente conhecida. No entanto, sabe-se também agora que esta prática na adolescência poderá futuramente prevenir o aparecimento de cancro. Estes benefícios são mais visíveis ainda quando falamos do sexo feminino.

Investigadores da Vanderbilt University no Tennessee mostraram, através dos resultados obtidos, o impacto que o sedentarismo poderá ter na saúde ao longo da vida, sobretudo quando esse sedentarismo ocorre em idade de crescimento. 



De acordo com a investigação, a prática - apenas - 1 hora e 20 minutos de exercício semanal durante a adolescência poderá reduzir em 16% o risco de cancro desenvolvido entre os 40 e 70 anos. Para além deste benefício, a mortalidade por outras causas, nomeadamente ataques cardíacos e AVCs também poderá ser reduzida da mesma forma em 15%.


Os investigadores acompanharam dados de 75 mil mulheres chinesas, com idades compreendidas entre os 40 e os 70 anos, a quem foram também perguntados os hábitos de exercício durante a sua adolescência. Estas mulheres foram seguidas num estudo longitudinal ao longo de um período de 13 anos. Os resultados foram publicados e poderão ser lidos no jornal científico “Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention”, revelando que as mulheres que tinham praticado exercício regular entre os 13 e os 19 anos corriam menos riscos de mortalidade entre os 40, 60 e 70 anos e estavam sobretudo protegidas contra o cancro. Mais ainda acrescentaram que as que também se mantinham activas na idade adulta reduziam em 20% estes riscos.


SolSchool - o seu complemento educativo em Alverca