155 milhões de crianças em idade escolar no mundo têm excesso de peso ou são obesas
Estes dados são alarmantes e os números em Portugal também. Devemos todos colocar a mão nas consciências de forma a perceber o que temos feito e que dinâmicas mudaram, para que estes resultados estejam agora a ser visíveis. Lembro-me de ser criança e correr. Correr tanto que caia. Sujar-me, rebolar na terra. Lembro-me de comer em casa, com os meus pais e ser um martírio regatear um Bollycao com a minha mãe. "Isso só te vai fazer mal" - dizia-me. Lembro-me de almoçar fora, comida normal, do "tipo-caseiro". Não haviam McDonalds nem gomas à noite se me portasse bem. Se me portasse bem tinha uma refeição saudável... e não açúcar. Hoje as dinâmicas mudaram. As brincadeiras são à frente dos tablets. As recompensas traduzem-se em açúcar (energia que não é queimada), fast-food (à base de gorduras) e refrigerantes. São prémios, dizem os pais, quando se portam bem. Se se portarem bem podem ter mais um prego no caixão. Estou claramente a ser drástica com as palavras, porque os números são também eles drásticos. Associadas à obesidade vêm muitas outras doenças e damos por nós a ter em mãos adolescentes hipertensos, diabéticos, deprimidos e socialmente isolados.
Em Portugal, uma em cada três crianças tem este problema de saúde.
Segundo o estudo da APCOI (2013-2014) que contou com 18.374 crianças, 33,3% das crianças
entre os 2 e os 12 anos têm excesso de peso, das quais 16,8% são obesas.
De acordo com a Comissão Europeia, Portugal está entre os países da Europa com maior número de crianças afectadas por esta epidemia.
E temos então a obesidade infantil associada ao desenvolvimento de outras doenças graves. Uma criança obesa está em risco de vir a sofrer graves
problemas de saúde durante a sua adolescência e idade adulta. Desde a maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares,
hipertensão, diabetes, asma, doenças do fígado, apneia do sono a vários
tipos de cancro. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a
obesidade é a segunda principal causa de morte no mundo que se pode
prevenir, a seguir ao tabaco. As crianças obesas enfrentam ainda severos problemas sociais e psicológicos. Estão mais sujeitas a ataques de bullying e outros tipos de
discriminação. Se não receberem apoio
especializado poderão sofrer ainda de depressão ou outras doenças do
foro psicológico quando atingirem a idade adulta.
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