domingo, 30 de agosto de 2015

O Mutismo Selectivo em Idade Precoce

Em primeiro lugar convém explicar afinal o que é isto de "mutismo selectivo". Até porque se tratam de crianças que, em casa, falam sem problemas e apenas não o fazem na presença de estranhos ou de outros ambientes particulares. Este tipo de mutismo pode ser compreendido como um medo de falar de forma espontânea, que surge sobretudo em contextos externos ao ambiente familiar e que se pode prolongar até à fase da adolescência. Para os especialistas, este tipo de mutismo selectivo surge como uma perturbação de ansiedade que ocorre normalmente nas crianças mais pequenas (3 anos de idade). Contudo, as queixas costumam ser acentuadas mais no final do pré-escolar e início do 1.º ciclo devido às dinâmicas de sala de aula. 

É também nesta idade que as crianças têm mais dificuldade em estabelecer contactos com pessoas estranhas à família. Falamos de crianças que não têm efectivamente qualquer perturbação da linguagem ou atraso cognitivo. Não falam devido ao medo/ansiedade que sentem perante estranhos ou pessoas com as quais não se sentem à vontade.



Este problema acaba por interferir na realização escolar e na comunicação social. Devemos perceber se ocorre apenas no momento de transição, quando da entrada da criança para a escola (pois há um período adaptativo em que muitas mudanças têm lugar) ou se a situação se prolonga. Quando este mutismo se prolonga no tempo e começa a aplicar-se a praticamente todas as pessoas com excepção dos pais / cuidadores, a integridade física e mental da criança fica em risco. Surgem dificuldades na avaliação educativa destas crianças, os amigos afastam-se durante as brincadeiras sociais, a auto-estima diminui e até a sua saúde física pode ficar comprometida já que estes/as meninos/as evitam pedir aos educadores para ir à casa-de-banho, dizer que têm fome ou sede, etc. Normalmente falamos de crianças tímidas, inseguras, perfeccionistas. Comunicam essencialmente através de gestos e se usarem a fala, fazem-no num volume muito baixo (até ao ouvido).

Os papás destas crianças devem procurar estimular a comunicação desde cedo, evitar o uso de expressões depreciativas ("não tens vergonha"), evitar falar do problema com outras pessoas à sua frente, não obrigar a criança a falar quando esta se recusa, não se zangar ou castigar a criança devido a este comportamento, sempre que a criança falar baixinho responder "não consigo ouvir" para tentar que fale mais alto, dar tarefas à sua criança tais como recados em que tem de pedir coisas a alguém, convidar amigos para irem a sua casa de forma a que a criança tenha mais contacto com diferentes pessoas, colocar a criança em actividades extra-curriculares (ATLs) e ter alguma paciência para não forçar a mudança dando ao seu filho o tempo que necessita. 


Os Educadores destes meninos devem dar-lhes tempo, criar um ambiente descontraído e livre de stress, usar expressões encorajadoras ("tens tempo", "se não falares hoje, falas amanhã"), não deixar que outros meninos falem na sua vez, incentivar a interacção social colocando estas crianças primeiro em pequenos grupos, evitar rótulos, contar histórias de meninos que têm medo de falar mas conseguem vencer o problema, reforçar positivamente todas as intervenções da criança, ter calma, paciência e atribuir-lhe tarefas de responsabilidade na sala para que possa ir ganhando segurança.

O apoio psicológico é uma mais valia, sobretudo se feito em equipa junto com os pais, educadoras e auxiliares.  


Tatiana Santos
Psicóloga Clínica


  

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Depressão e Ansiedade Cada Vez Mais Cedo

As nossas crianças, entre os 4 e os 17 anos, sofrem mais de depressão e patologias relacionadas com estados ansiosos. De acordo com os dados divulgados pelo Daily Mail, as crianças estão, cada vez mais, a ser encaminhadas para acompanhamento devido em grande parte ao uso excessivo de redes sociais. Isto porque há uma exposição cada vez maior e aumentam também os casos de Ciber bullying.

Em apenas um ano, cerca de 3 mil crianças foram encaminhadas para apoio psicológico em Sussex (Inglaterra). A pressão provocada pelas redes sociais e também pela precoce sexualização das crianças online, abre portas para perturbações ansiosas e em alguns casos para práticas criminosas como a pedofilia.


No entanto, todos estes problemas podem ser evitados e atenuados. Os pais têm aqui um papel decisivo devendo estar atentos a vários sinais e sintomas. As crianças, embora pequenas e muitas vezes incapazes de explicarem por palavras o que estão a sentir, transmitem de forma comportamental as suas emoções. Esses comportamentos podem ser um aumento da agressividade ou uma maior prostração e perda de motivação, alterações no sono, alterações no apetite, mudanças nas brincadeiras, pesadelos recorrentes, etc. 

Esteja presente no dia-a-dia dos seus filhos e procure estar atento aos sinais que exprimem. Caso note alterações significativas, consulte um especialista. 

Tatiana Santos, Psicóloga Clínica

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A Depressão Pós-Parto nos Homens

Ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, a depressão pós-parto não atinge apenas as mulheres. Claro que se trata de uma situação mais frequente nas mães, no entanto, o mesmo pode ocorrer nos pais, segundo uma pesquisa publicada na revista The Journal of American Medical Association. Cerca de 10,4 % dos homens podem desenvolver depressão pós-parto, alcançando o ápice entre o terceiro e o sexto mês após o nascimento do bebé.


No caso da mãe desenvolver também a mesma condição, o estado dos pais pode agravar-se chegando a ser duas vezes mais frequente. A depressão pós-parto é um problema grave que pode comprometer o bem-estar da criança e desequilibrar toda a estrutura familiar. No caso do bebé, o seu desenvolvimento emocional na presença deste problema, pode ser afectado entre os três e os seis anos, sobretudo os meninos

Relativamente ao tratamento, no caso nos homens recomenda-se o mesmo que no caso das mulheres. Acompanhamento psicológico e, quando estritamente necessário, psiquiátrico. O apoio psicoterapêutico costuma ser bastante eficaz. Alguns sintomas de depressão pós-parto incluem a tristeza profunda, o pessimismo, a sensação de culpa, cansaço extremo, dificuldade de concentração e focar a atenção, dificuldade de tomar decisões, perda de interesse pelas actividades quotidianas e pelas dinâmicas familiares. Caso reconheça alguns destes sintomas em si ou familiares, recomende a procura de apoio especializado. A depressão não é para a vida e tem tratamento.

Tatiana Santos, Psicóloga Clínica


sábado, 8 de agosto de 2015

Os Benefícios da Convivência com Cães

Ao contrário do que a maior parte dos pais pensa, a convivência com cães não é perigosa para o aparelho respiratório das crianças. Pelo contrário, pode ajudar a prevenir doenças respiratórias sobretudo a asma. Quem o diz é a Universidade da Califórnia que detectou que o pó das casas com cães é mesmo eficaz na protecção de infecções e no fortalecimento do sistema imunitário. Os resultados já foram publicados há algum tempo através da American Society for Microbiology (ASM). Os investigadores aperceberam-se de que a inalação do pó com micro-organismos caninos é capaz de desencadear uma protecção contra o RSV - o vírus responsável por variadas infecções respiratórias infantis.



Para isto, foram realizados testes em ratos. Os que foram alimentados por uma solução que continha o pó não exibiram sintomas de infecção após exposição ao vírus RSV, tendo os micróbios de origem canina desempenhado  aqui um papel vital ao conseguirem accionar uma resposta do sistema imunitário. Este é um passo importante não apenas no combate às doenças respiratórias infantis mas também ao desenvolvimento emocional das crianças que se sabe beneficiar bastante do contacto com animais de estimação.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Exercício na Adolescência pode prevenir Cancro na idade adulta

A importância da prática de actividade física regular é sobejamente conhecida. No entanto, sabe-se também agora que esta prática na adolescência poderá futuramente prevenir o aparecimento de cancro. Estes benefícios são mais visíveis ainda quando falamos do sexo feminino.

Investigadores da Vanderbilt University no Tennessee mostraram, através dos resultados obtidos, o impacto que o sedentarismo poderá ter na saúde ao longo da vida, sobretudo quando esse sedentarismo ocorre em idade de crescimento. 



De acordo com a investigação, a prática - apenas - 1 hora e 20 minutos de exercício semanal durante a adolescência poderá reduzir em 16% o risco de cancro desenvolvido entre os 40 e 70 anos. Para além deste benefício, a mortalidade por outras causas, nomeadamente ataques cardíacos e AVCs também poderá ser reduzida da mesma forma em 15%.


Os investigadores acompanharam dados de 75 mil mulheres chinesas, com idades compreendidas entre os 40 e os 70 anos, a quem foram também perguntados os hábitos de exercício durante a sua adolescência. Estas mulheres foram seguidas num estudo longitudinal ao longo de um período de 13 anos. Os resultados foram publicados e poderão ser lidos no jornal científico “Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention”, revelando que as mulheres que tinham praticado exercício regular entre os 13 e os 19 anos corriam menos riscos de mortalidade entre os 40, 60 e 70 anos e estavam sobretudo protegidas contra o cancro. Mais ainda acrescentaram que as que também se mantinham activas na idade adulta reduziam em 20% estes riscos.


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terça-feira, 4 de agosto de 2015

Boas Férias!

A Solschool deseja a tod@s umas excelentes Férias! Em Setembro arrancamos com as nossas actividades. Esperamos vê-los por cá!